Herança e inventário: veja como evitar brigas familiares na partilha de bens

Ruschel Jung
By Ruschel Jung
5 Min Read
Bruno Rodrigues Quintas

A partilha de bens após o falecimento de um parente pode ser um momento delicado para qualquer família, como pontua o advogado Bruno Rodrigues Quintas. Já que, muitas vezes, por falta de planejamento e de comunicação, desentendimentos são gerados, o que torna o processo ainda mais difícil. Assim sendo, entender como funcionam o inventário e o testamento é importante para evitar conflitos e garantir uma transição mais tranquila nesse momento frágil. 

Com isso em mente, a seguir, vamos explicar o que é cada um desses processos e como utilizá-los para facilitar a sucessão patrimonial.

Como funciona o inventário e por que ele é necessário?

O inventário é o processo legal que formaliza a divisão dos bens de uma pessoa falecida entre seus herdeiros. Segundo o Dr. Bruno Rodrigues Quintas, ele pode ser realizado de duas formas: judicial, quando há testamento, disputas entre herdeiros ou herdeiros menores de idade, e extrajudicial, quando há consenso e todos são maiores e capazes. Todavia, em ambos os casos, é essencial contar com o auxílio de um advogado para garantir que a partilha seja feita de forma justa e legal.

Sem um inventário, os bens do falecido ficam bloqueados, impossibilitando a venda ou transferência para os herdeiros. Esse processo pode ser demorado e gerar custos, mas é indispensável para garantir a regularização do patrimônio. Por fim, quanto mais cedo ele for iniciado, menor será o risco de complicações e disputas familiares.

O testamento pode evitar conflitos entre os herdeiros?

O testamento é uma ferramenta valiosa para evitar brigas e garantir que os bens sejam distribuídos conforme a vontade do falecido. Esse documento permite que a pessoa defina, de maneira clara, quem receberá cada parte do patrimônio. No entanto, de acordo com Bruno Rodrigues Quintas, é importante respeitar a chamada “legítima”, que corresponde à parte obrigatória destinada aos herdeiros necessários, como filhos e cônjuges.

Bruno Rodrigues Quintas
Bruno Rodrigues Quintas

Contudo, além de organizar a partilha, o testamento pode ser útil para evitar disputas sobre bens de grande valor sentimental. Pois, quando não há uma definição clara, os herdeiros podem acabar discutindo sobre quem tem direito a determinado item. Por isso, redigir um testamento com a ajuda de um advogado pode ser uma solução eficaz para evitar conflitos e preservar a harmonia familiar.

Planejando a sucessão patrimonial para evitar problemas no futuro

O planejamento sucessório é uma forma estratégica de organizar a divisão dos bens ainda em vida, reduzindo burocracias e prevenindo conflitos. Além do testamento, existem outros mecanismos, como a doação em vida, que permite transferir parte dos bens aos herdeiros de forma antecipada. Essa prática pode evitar problemas e, em alguns casos, até reduzir impostos na transmissão do patrimônio.

Outra estratégia, conforme comenta o advogado Bruno Rodrigues Quintas, é criar uma holding familiar, na qual os bens são administrados por uma empresa controlada pelos herdeiros. Esse modelo facilita a sucessão e protege o patrimônio de disputas e processos judiciais. Mas, no final, independente da estratégia escolhida, o ideal é buscar orientação jurídica para definir a melhor solução para cada caso, garantindo uma transição tranquila e organizada.

A prevenção sendo a melhor forma de evitar conflitos familiares

Em última análise, evitar brigas na partilha de bens exige planejamento e diálogo. Sendo assim, o inventário é um processo necessário, mas que pode ser simplificado com um testamento bem elaborado e um planejamento sucessório adequado. Desse modo, definir a divisão dos bens com antecedência evita desentendimentos e preserva a harmonia entre os herdeiros. Portanto, buscar orientação jurídica e discutir essas questões ainda em vida é a melhor forma de garantir uma sucessão patrimonial tranquila e justa para todos.

Share This Article