Pronatalistas querem ter uma penca de filhos para não depender de imigrantes

Ruschel Jung
By Ruschel Jung
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Movimento tem como objetivo não utilizar a mão de obra de estrangeiros em seus países.

Enquanto discutimos como controlar o consumo desenfreado dos recursos naturais do planeta e de combustíveis fósseis para barrar o aquecimento global e as mudanças climáticas – com o objetivo de salvar a humanidade de um quadro de eventos extremos de enorme poder de destruição – um grupo prega que a saída é procriar.

Eles são os pronatalistas, que defendem o aumento da natalidade e anunciam em seu site: “Se as estruturas sociais existentes não motivam as pessoas a ter filhos, temos que construir novas”.

Os adeptos do movimento chegam ao ponto de propor a utilização da tecnologia voltada para a reprodução para reverter um quadro de baixa fecundidade: “Nos últimos 50 anos, a média de concentração de espermatozoides caiu 51,6%. Trabalhamos para isolar a causa e desenvolver e dar acesso a meios para superar o problema”.

Para a população se manter estável, é preciso que cada mulher tenha 2,1 filhos. No entanto, nos países mais desenvolvidos, essas taxas estão abaixo do mínimo necessário. Nos EUA, é de 1,6; na Inglaterra e no País de Gales, 1,49; na China, 1,2; na Coreia do Sul, não passa de 0,72 – a menor do mundo. De acordo com levantamento publicado pela revista científica “The Lancet”, 97% das nações (198 em 204) estão em situação semelhante.

Os pronatalistas se horrorizam com tal cenário e acham que sua missão é produzir herdeiros para que seus países não tenham que depender da mão de obra de imigrantes de nações pobres que ainda têm taxas de natalidade elevadas.

Sim, é isso mesmo que você leu. Como afirmou Malcolm Collins ao jornal britânico “The Guardian”, “importar africanos para ajudar a cuidar de idosos é uma perspectiva ruim”.

Não é que tenham empatia pelos mais velhos; só não querem que estrangeiros cuidem deles.
Malcolm e Simone Collins criaram a Pronatalist Foundation em 2021.

Têm, respectivamente, 37 e 36 anos, e esperam o quarto filho: uma menina que será batizada como Industry (Indústria, talvez pressupondo que a mãe seja uma espécie de fábrica de bebês).

Além do rebento que chegará em um mês, são pais de Octavian, de quatro; Torsten, de dois; e Titan Invictus, de 16 meses. Pretendem chegar a sete, através de reprodução assistida (com exames rigorosos para escolher os melhores embriões) e um intervalo de 18 meses entre cada gestação.

Não há qualquer fundo religioso em sua determinação de aumentar a família: ambos são ateus e dizem acreditar na ciência.

O bilionário Elon Musk, dono da Tesla e do X (antigo Twitter), entre outros negócios, tem 11 filhos e apoia a causa. Em 2022, já proclamava que a queda nas taxas de natalidade é um risco maior para a humanidade que o aquecimento global.

Sam Altman, CEO da OpenIA, que vem revolucionando o campo da inteligência artificial, tem investido em startups de tecnologia reprodutiva e também anunciou que pretende ter uma família grande.

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